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Chosen One: entrevista Von Sexto (Vini Rodrigues)


"Chosen One" é a nova coluna do PMBR onde conversamos e apresentamos - através do nosso espaço dedicado ao Portal - artistas da cena do rock e alternativo nacional!


Entrevista: Eduardo Linhares • Redação: Juliana Galvão, Anaïs Bertrand, Brasilaine, Eduardo Linhares


Conheça o projeto Von Sexto - siga @vonsexto nas redes sociais


Nascido da necessidade de explorar e pôr para fora um acúmulo de ideias e experimentações, VON SEXTO é o novo projeto solo de Vini Rodrigues (Gloria)


"Von sexto é um projeto musical predominantemente de rock/metal, mas sem limites e barreiras para procurar expressão artística em outros estilos de música. Tendo faixas que misturam elementos eletrônicos, batuques, música clássica e música popular brasileira. Tudo buscando trazer a essência brasileira e originalidade para o rock."


Tivemos a oportunidade de conversarmos um pouco com o Vini sobre esse novo projeto, sobre seu começo na música, sobre o futuro e muito mais!



Para conhecer:

No dia 25/03/2025, foi lançada a primeira música do Von Sexto: "Você não vai terminar bem"


"A música "Você não vai terminar bem" expressa sem receio um sentimento que todos sentem e reprimem, o ódio, e como podemos transformá-lo em combustível a partir do momento em que botamos isso para fora. Como diz a famosa expressão: "na força do ódio""





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Como tudo começou

PMBR: A primeira coisa que a gente gostaria de saber é como você começou na música como um todo? Antes da gente entrar exatamente no projeto do Von Sexto, como foi o teu início na música em si?


 VON SEXTO: Eu comecei na música quando eu tinha onze anos. Eu não tenho nenhum músico na família, meu pai, nem vó, nem ninguém. Mas o meu pai quando eu tinha dez anos começou a fazer aula de violão porque queria aprender e ele comprou um violão, e a partir daquele momento a minha vida mudou. Eu lembro que ele chegou com aquele violão e eu fiquei encantadasso, tudo o que eu queria era tocar com o violão. E aí com onze anos ele me colocou pra fazer aula, eu comecei a fazer aula de violão na escola e nunca mais parei, eu me encontrei na vida. Eu nunca tive nenhum outro plano na vida que não fosse esse. 

Era isso ou isso não tinha outro. A partir daquele momento só tinha isso mesmo, eu só pensei nisso pro resto da vida. 


Quando eu achei que não ia dar certo, foi lá e deu certo, eu falei “Mano, é isso. Não vai ser, mas eu vou continuar pro resto da vida fazendo porque eu amo”, aí passou uma semana e os caras me chamaram pra entrar pra banda. 

PMBR: Antes do Gloria e dos seus projetos atuais, o que é que tu chegou a fazer assim, de banda? Como é que foi esse iniciozinho? 


VON SEXTO: Então, eu comecei a fazer aula com onze anos de violão, aí com doze anos eu já tive uma bandinha na escola e a gente tocava no intervalo. Nossa, era bem bem bandinha de criança, criança de doze anos fazendo barulho mesmo, não sabia nada. 

A gente tocava, Mulher de Fases, tipo os clássicos dos clássicos, que tivesse no máximo quatro acordes. 

E aí eu continuei tocando, eu era o músico da escola, eu era o moleque que ia com o violão, ficava tocando no intervalo. Depois eu tive algumas outras bandas já com uns quatorze anos com uns amigos da escola, a gente começou a tocar nuns showzinhos, aqueles showzinhos em casa bem pequenininha de São Paulo tipo, aquele esquema de vender ingresso, tipo mano, você toca, vende tantos ingressos e você toca. A gente vendia dois pro pai, três pra vó e colava lá e tocava. Essa banda de quando eu tinha uns quatorze anos já tocava uns covers de Gloria. 


Eu tocava “Foi Você, Saudade e Eu”, “Próxima Saída”, “Asas Fracas”, “Janeiro de 2006”... Depois disso eu comecei a tocar baixo numa outra banda que chamava Health. Eu sai da banda, montei a minha própria banda que chamava Triade, aí eu acho que voltei a tocar com a Health, também baixo. A Health virou Valente e depois a Valente virou Forte Norte. Aí eu montei a Tríade, que era eu, meu irmão na bateria e mais um amigo tocando baixo, aí depois disso a Tríade acabou, meu amigo foi morar na Austrália e mora lá até hoje, e eu montei uma outra banda que chamava Sutra. 


A Tríade foi produzida pelo Elliot, foi daí que eu conheci o Elliot, através do Rock Together, eu ensaiava aqui no Rock Together. O Tielo que é dono do Rock Together, chamou o Elliot pra produzir a nossa banda, e eu conheci todos os caras e a gente mora todos no mesmo bairro: Eu, o Elliot, o Peres e o Mi, eu conheci os caras porque a gente já começou a ter um monte de amigo em comum, começou a se encontrar em rolê, e aí depois de anos eu produzi a Sutra com o Peres.

Quando chegou a pandemia, a Sutra também acabou porque já não existia direito. E aí eu comecei a fazer vídeos na internet tocando, comprei uma GoPro e comecei a fazer vídeo tocando e postar. E aí os caras já me seguiam desde a época da Tríade, aí aconteceu que eu vi que o Elliot saiu, fiquei em choque.


E aí eu falei “Mano, é agora”. Fiz um vídeo e falei “Mano, qual a música mais difícil do Gloria?”, aí eu na época, e eu ainda acho, que a intro mais difícil é a da “Cada Dia” .  Fiz um vídeo de “Cada Dia” os caras tudo viram, curtiram e me chamaram. Foi tipo a tacada de mestre.

PMBR: Que foda, cara! Tu plantou ali a ideia e rolou. Já conhecia os caras também.


Meu pai falava tipo “Manda mensagem, pede pra eles” e eu falei “Mano, não vou pedir. Se for pra ser, que seja”. Não pedi. E aí chegou uma segunda-feira, 9h da noite, tava assistindo a novela em casa e o Peres me mandou mensagem “Mano, ta ai?”, daí eu falei “Mano, o que que ele quer uma segunda-feira 9h da noite?”. A Gabi tava dormindo e eu já entrei no quarto pulando assim e o Peres mandou “Mano, então, a gente tava pensando se você não quer tocar com a gente” pá sei lá o que, eu falei “Gente, pelo amor de Deus, eu quero, mano, só quero isso!”, tá ligado? 


VON SEXTO: O Gloria sempre foi a minha banda nacional favorita tá ligado? Então, eu tirei 20 músicas em uma semana porque eu já conhecia tudo. E aí eu cheguei no ensaio, deitei no ensaio, tá ligado? Tocava tudo perfeito, no começo eu ainda achei que tinha sido chamado pra tocar e cantar, só que não, era o Leto que tava cantando. 



Aí eu comecei a cantar junto com ele, e depois do primeiro show que a gente fez os caras já falaram “Ah mano, é melhor só você cantar” e aí ficou só eu cantando mesmo. 

O projeto Von Sexto

PMBR: Agora falando de Von Sexto em si, como que veio a ideia de montar o seu projeto? Qual que é a pira aí?


VON SEXTO: Eu acho que o Von Sexto é resultado de uma excessividade, assim que eu falo, é tipo um acúmulo de criatividade. Tipo mano, meu ritmo, os caras mesmo falam, meu ritmo é muito muito muito acelerado assim comparado ao deles.


O Von Sexto ele meio que é… É porque tem também uma questão que é tipo assim, o Gloria ele tem o estilo do Gloria, o Gloria a gente tem que fazer música e a gente não pode pirar pra caralho, porque já tem uma galera que ouve, já tem fãs, o Von Sexto sou eu compondo o que eu quiser, o que der na minha cabeça sem nenhuma barreira, sem ninguém precisar aprovar nada, ta ligado? Tipo, eu faço o que eu quero, se eu quiser eu vou do samba pro rock, pro drum and bass, pro batuque e ai volta pro metal, é tipo meu laboratório.


PMBR: Então toda ideia que você tiver você pode usar né? Pode explorar.


VON SEXTO: Eu vou sentindo e eu vou indo. Aonde for fazendo sentido pra mim e só eu decido, aí eu faço. Então tipo, eu faço as coisas no Gloria porque tipo assim, no Gloria hoje em dia o Peres faz os instrumentais e eu faço as linhas de voz e as letras, ta ligado? Algumas coisas às vezes eu dou de sugestão no instrumental de tipo, alterar uma ordem de uma parte, de colocar algumas coisinhas, mas eu não chego a pegar e fazer a música inteira no instrumental. São pouquíssimas coisas que eu faço de riff. Então como eu faço a parte de linha de voz e faço as letras, ai mano, eu tenho muita ideia de instrumental também, e a gente tem esse ritmo no Gloria, o Peres faz lá na casa dele um instrumental, manda pra gente, na hora que ele manda eu já ouço a música com o microfone na mão, tipo, eu não ouço enquanto eu não estiver no estúdio com microfone pra poder gravar. 


A ideia que chega na hora eu já gravo, eu não ouço nada antes de gravar, porque tipo, querendo ou não se você ouvir coisa antes de você ter essas ideias, você acaba influenciando, você acaba inconscientemente seguindo pro caminho do que você tá ouvindo.


Então eu procuro tipo, Peres mandou ontem no grupo uma música nova que ele fez, aí hoje é um dia que eu não vou ouvir nada, eu vou vir pro estúdio e eu vou pegar e vou ouvir já com o microfone na mão, já vou fazer “Nanana nanana nanana”. E aí depois do Nanana eu faço a letra.

O Von Sexto é o lugar onde eu faço a parte instrumental também, e sem barreira nenhuma assim de nada. Eu tô até com medo, mano, de verdade.


PMBR: Do quê? Do que o público vai achar?


VON SEXTO: É, porque tá uma loucura o bagulho. 


PMBR: O que que tu pode falar assim, que influencia? Alguma influência, um estilo que tu acha que vai ser o mais diferente ai pra galera. 


VON SEXTO: O Von Sexto é um personagem. E ele é meio tipo, eu pensei dele ser uma entidade, um alterego, como um espírito obsessor que me segue. Vai ter batuque africano, vai ter música eletrônica, vai ter metal pra caralho, é berrado, sou eu berrando, tá ligado? É uma doidera. 


É instrumental, eu canto e eu berro. Eu tô ansioso pra todo mundo ver também. 

Foi muito tempo fazendo até chegar num resultado que eu falei, aqui tá legal, beleza, dá pra passar eu berrando. Não tá ridículo. 



PMBR: Então a gente pode esperar que vai ser uma parada bem conceitual, né? 


VON SEXTO: É, bem conceitual, tanto que uma hora eu quero tipo, já tô até conversando com um cara que faz isso, eu queria fazer história em quadrinho dele tá ligado? Eu queria, tipo, aumentar o leque de possibilidades com esse projeto. E é ele, o Von Sexto, não é o Vini Rodrigues. 


PMBR: É tudo um pensamento desse personagem. 


VON SEXTO: Eu tento entrar na cabeça dele pra fazer. Se começa a descolar muito ai já não rola, já não é. É bem delicado fazer, é bem delicado. 


Eu acho que esse processo foi nascendo muito enquanto eu tava fazendo a máscara dele. Ai eu fui entendendo, tentando assimilar tudo e criar. E aí, consegui entender onde que ele tava, como ele pensava.


PMBR: É maneiro, e essas ideias vão todas refletir nas músicas, né? 


VON SEXTO: Exatamente. 


PMBR: Nós não esperávamos que fosse ser um projeto conceitual assim. Mas é engraçado porque você falando e olhando pra imagem inclusive da própria camisa dá pra pegar, dá pra sacar já. 


VON SEXTO: Exatamente. Tá vendo? Tipo, essa é a brisa da camisa, é ele com a máscara, que ele morreu com essa máscara e uma forca. 


O Von Sexto é um espaço pra eu fazer o que eu quiser mesmo. E eu não to dizendo que tipo, caralho no Gloria não é legal, eu amo ta ligado? É sensacional, é a banda da minha vida e eu sou do Gloria assim, de alma. Só que eu senti a necessidade porque eu acabo tendo muita música aqui. E aí tem músicas que eu fiz que eu mostrei pros caras e os caras falaram tipo “Mano, não encaixa com a brisa da banda nesse momento”, e aí o que eu vou fazer? Tá ligado? A parte instrumental, eu pego esse instrumental, vou pegando as melhores porque tipo, tenho uma brisa tipo assim, eu faço uma música e aí eu deixo ela lá, se eu ouvir ela daqui a 10 dias e eu gostar, essa música é boa, entendeu? Ai eu falo: "Mano, essa música é boa realmente.". Agora, tem vezes que ouço depois de 10 dias e eu falo: "Ah, não é tudo isso."


Eu queria um espaço pra colocar essas ideias e aí eu aproveitei tudo o que tava rolando, fui sentindo o clima que a música foi ficando. E eu queria fazer uma parada mais diferentona mesmo. Eu acho muito foda por exemplo o trampo do Kim Dracula, ta ligado? É uma parada, é um álbum que esse bagulho vai pra onde ele quiser. Quando eu vi aquilo eu falei: “Eu quero isso também”. Eu quero fazer uma parada onde tudo fica legal junto, mas é diferente de tudo mesmo. Só que aí a minha brisa é ser mais brasileiro, com referências brasileiras, com samba… Tem cuíca no bagulho, mano! 


PMBR: E você tem trabalhado todo o instrumental sozinho, teve alguma participação ou é só você mesmo? 


VON SEXTO: Tudo eu, tudo eu que faço. Ah não! Nessa música que eu vou lançar agora eu fiz a bateria e aí depois eu passei pro Alê do Pense, e aí ele deu uma refinada e deixou pra mim espetacular assim a bateria. Porque, mano, a gente faz, fica legal só que quando chega um batera pra fazer, muda muito a música. E aí ele fez a bateria dessa música que eu vou lançar e é isso. Eu fiz o instrumental inteiro, tem teclado, tem orquestra, tem coro, tem tudo, mas aí a bateria foi o Alê que fez. 


PMBR: Você falou da música que você vai lançar né, você recebeu acesso da OneRPM finalmente né. Então esse ano é garantido ainda uma primeira música ou ano que vem? 


VON SEXTO: Esse ano é garantido sim. A música tá pronta, é só colocar ela lá. Agora tipo assim, eu mandei mixar e masterizar, não fui eu, foi com um cara que faz o nosso PA que é o Breno Mendonça. Tem as outras músicas que estão prontas, só que aí preciso agora que o projeto vai começar mesmo vai me animar de continuar fazendo, que agora é só gravar bonitinho as músicas. Já tem letra, já tá tudo definido no instrumental então agora é só pegar e gravar valendo mesmo. 


PMBR: E isso tudo vai virar um álbum mesmo, vai trabalhar com single, como é que é?


VON SEXTO: Cara, aí eu já não sei. Porque, querendo ou não, junto com o Von Sexto eu tenho o Gloria, e o Gloria é a minha prioridade. Aí depois, ainda tem agora a Rajado que é o estúdio de gravação que eu tô fazendo aqui, e aí tem o Von Sexto. Então, eu não consigo, o Von Sexto eu acabo conseguindo produzir mais em meses que eu tô melhor, saca? 


É sempre nos encaixes, acaba que isso demora um pouco mais pra conseguir compor. Então eu acho que vai acabar compensando mais ir fazendo, eu ir lançando singles e depois formar álbum, vai lançando single e formando álbum. 


PMBR: Faz sentido. E também a galera vai conhecendo aos poucos as músicas…

 E também pode ouvir tudo junto. 


VON SEXTO: Eu fui numa reunião da OneRPM e eles falaram isso. Se você for ver, o Spotify é tipo um Instagram, ele vai dar mais relevância pra quem ta postando o tempo inteiro lá, tá ligado? Do que uma pessoa que posta uma parada, sai e volta daqui a um ano e posta de novo. Então hoje em dia, a gente tendo que se dobrar a esse formato de rede social, de plataforma digital, a gente acaba tendo que tentar entender como trabalhar pra conseguir alcançar mais gente a acaba sendo isso, tendo que postar todo mês mais coisa do que postar de uma vez só. 


Mas são casos e casos, por exemplo: Eu vou gravar o CD novo do Aurora Rules aqui, e eu falei sobre isso com eles. E eles estão fazendo esse lance de fazer singles, só que o Yuri chegou assim e falou “Mano, é legal, só que agora eu preciso de um CD pra gente fazer as tour”, então no caso do Aurora, na situação deles agora, o ideal vai ser gravar um CDzão, lançar o CD e fazer tour no Brasil com esse CD, tá ligado? Então como o Von Sexto não é uma parada que eu pretendo tocar ao vivo, ai já até falo sobre isso, eu não pretendo ao vivo com Von Sexto, então pra mim vai ser o ideal ir fazendo de musica por musica e trabalhando bem cada música com tudo o que ela for merecendo. Se for merch, se for clipe, se for material de qualquer coisa eu consigo ir fazendo. E aí monetizando isso e vendendo merch, ai eu consigo falar “Po, o Von Sexto me rendeu aqui, vou parar amanhã, vou parar essa semana e vou terminar mais duas músicas.”, aí eu consigo fazer assim, entendeu? 

PMBR: Tudo no equilíbrio né? Então, não vai ser um projeto pra ser tocado ao vivo né? 


VON SEXTO: Não, até porque ele é bem difícil de tocar ao vivo. Eu teria que ter o Alê ou Leto na bateria, o Jean comigo na guitarra, eu ia ter que achar uns caras tipo fodidão pra tocar comigo.


PMBR: Maneiro ainda assim, um projeto super… Vai ser um escape ali assim, das ideias, como tu falou, né? 


VON SEXTO: Exatamente, mano. Mas eu… Eu tô ansioso, mano, eu tô ansioso e vou até depois falar pra galera “Ó, não fica criando expectativa” porque pode ser que mano, pode ser que falem “Que porra é essa?”.


PMBR: Ah, tem que ir de mente aberta né, de coração aberto. 


VON SEXTO: É, mente aberta. Mas saibam sempre que foi feito com todo o meu coração, isso é uma certeza. Eu coloquei todo o meu coração mesmo na parada, mano. 


Produção musical

PMBR: E aproveitando pra falar um pouco mais de outros projetos que você tem feito, já que você mencionou a Rajado. Como é que está sendo agora tendo o estúdio aí? Como é que tão as coisas?


VON SEXTO: Então, eu sempre gravei, tipo, junto disso, né? Eu sempre tive essas duas carreiras, a de músico é carreira agora né, porque agora é profissão, agora eu ganho dinheiro tocando. Mas eu fiz produção musical com 16 anos com MT, aí eu fiz produção fonográfica na Fatec de Tatuí, fiz produção fonográfica no Anhembi Morumbi e fiz o IAV aqui em São Paulo. Só que produção musical é uma parada que não adianta muito você ir lá na faculdade, ter a aula e é isso. Tipo mano, o ideal é você ter um computador na sua casa, ter uma placa pra você voltar e aplicar as paradas que você aprende, tá ligado? E na época que eu fiz tudo isso eu não tinha.


Então, o estúdio começou na sala da casa em que eu morava com a Gabi, a gente gravou o Gloria lá porque eu comprei uma placa, eu comprei o computador e a gente gravou. De lá eu mudei com a Gabi ai eu montei uma sala na casa que a gente mora hoje em dia, e aí eu comecei a gravar as bandas lá e ficou muito pequeno. Os caras colavam a banda inteira e os caras se sentavam no chão, e ai nao tinha ar condicionado e ficava mó calor, ai eu cheguei no Tyello que é o dono do Rock Together e falei “Mano, tô precisando de um lugar maior, quero abrir um estúdio de gravação e eu queria que você colasse comigo”. Ele falou “Mano, você tá colando na hora certa, eu também tô querendo isso, tô com equipamento aqui” e a gente juntou nossos equipamentos, a gente reformou a parte de cima aqui do Rock Together, aqui na parte de baixo é o estúdio de ensaio da Rock Together, reformou a parte de cima e montou junto aqui o Rajado. E tamo aqui, tá rolando pra caramba. Tamo gravando pra caramba aqui e ta sendo muito foda. Ta um espaço muito foda, tem tudo. Ele é do analogico, ele tem os amps. Eu sou do digital, aí eu cheguei com as placas de som. Tem aqui agora um fractal, tá ligado? Então tipo, mano, a gente juntou tudo e começou a mandar bala, tamo indo junto na parada. E é muito mais legal fazer assim, muito mais da hora. 


VON SEXTO: Eu gravei uma banda que é cover de Creedence, e eu nunca tinha feito assim, tipo, microfonar uma bateria, e o cara gravar. Eu fazia programada, tá ligado? Microfonar o amplificador… Mano, eu microfonei o ampli, a gente deixa o cabeçote aqui e a caixa microfonada dentro da sala de gravação. E aí é mo bizarro, tu fala “Caralho mano, é o som do plugin velho”. Tipo, fica igual!


Eu sou a geração digital e agora eu tô entendendo, e isso tá me ajudando muito pra aprender a mexer melhor nos plugins.


PMBR: O Becold já foi feito aí nesse estúdio ou ainda era na tua casa? Como é que foi? 


VON SEXTO: Essa primeira parte ainda era na minha casa, mas a segunda parte vai ser feita aqui. 


PMBR: Justamente da produção dessa primeira parte do álbum deles, como que foi? 


VON SEXTO: A gente fez tudo lá, os caras foram guerreiros demais, passaram um calor da porra lá comigo na salinha. Sentaram no chão, colaram com a cabeça abertassa. Foi muito legal compor o álbum com eles, foi muito foda. Aí a letra e melodia de voz já era mais com o Madonato, com Ronaldo, e aí eu ajudei bastante nas harmonias. 



PMBR:  Nós em todas as entrevistas pedimos indicações de outras bandas que você acha que a gente deveria conhecer, que o público deve conhecer… O que tu tem pra indicar pra gente?


VON SEXTO: Ah, vou indicar a galera que eu tô produzindo aqui, vou indicar a Cassie Dornfeld que é a artistas que eu tô produzindo aqui que é fudidaça, tá ligado? Pra caralho. Mano, a mina canta pra caralho, berra nas músicas. Ta indo pro metalcore, ta ficando muito foda. Vou indicar o Becold, vou indicar o Oniro, que é uma banda que eu tô produzindo aqui também, eles vão lançar um single que a gente fez agora aqui no estúdio junto que ficou insano também, os moleque com umas guitarras de oito, nove cordas pra gravar… Da hora pra caralho. E tô produzindo uma outra banda que chama Setembro em Saturno também que, mano, muito muito muito foda também, vou produzir agora o Forte Norte também, e tem o Aurora Rules também que não precisa nem indicar que os caras já são enormes. 


Projetos futuros

PMBR: E pra encerrar, o que a gente pode esperar dos próximos trampos com Gloria, você, o que é que vem ai nesse 2025?


VON SEXTO: O Gloria vai lançar mais uma música esse ano (2024) que vai ser muito romântica, tá ligado? Muito romântica. Eu acho que vai ser a primeira romântica mesmo que eu lanço comigo na banda. 


E ai, ano que vem a gente vai lançar mais quatro músicas e a gente vai fechar esse ciclo, aí vai começar a compor um álbum novo. E o Von Sexto eu vou lançar uma música agora também em dezembro, e ai ano que vem eu tô tentando ainda, porque tinha um cronograma de lançamento que acabou que não vai rolar porque demorou pra caramba pro RPM liberar o meu acesso, então eu vou lançar uma música agora. Então ainda não sei, mas tipo, depois desse começo de ano, aí a gente começa a soltar mais coisa


Nota da edição: As musicas já foram lançadas, a do Gloria se chama "Metade" e a do Von Sexto é a "Você não vai terminar bem".



PMBR: Galera fala que o ano só começa depois do carnaval, então… 


VON SEXTO: Quem sabe no carnaval eu não lanço um samba enredo com o Von Sexto? Eu posso! Agora eu posso, no Gloria eu não posso. 


O que te define?

PMBR: E agora fechando mesmo, se pudesse escolher uma música da tua carreira pra te definir assim no momento, qual seria?


VON SEXTO: Nossa! Uma música que eu gravei?

  

PMBR: É, uma música sua, assim. Seja com banda ou que possa ser lançada ainda.


VON SEXTO: Nesse momento não seria de jeito nenhum Convencer, velho. Convencer eu escrevi num momento que eu tava tipo frustradaço assim, tá ligado? Eu escrevi Convencer, na minha crise quando eu tava fazendo trinta anos. Era dor no joelho, era dor sei lá onde, eu comecei a sentir umas pontada aqui no estômago e falei “Meu Deus, vou morrer, já era”, sabe? Então não é, porque Convencer é extremamente pessimista, e eu tô numa fase legal.


Seria… Deixa eu pensar… “Um segundo, Um nunca mais”. Porque “Um dia feliz me fez lembrar que tudo tem jeito”, e hoje é um dia que eu estou pensando “Ah, tá tudo certo, a gente resolve”.

VON SEXTO: Nossa, Um segundo, Um nunca mais é perfeito pra minha vida agora, é exatamente… porque Um segundo, Um nunca mais é muito sobre, vamos viver o agora e eu, mano, eu sou muito assim! Eu não passo vontade, velho. Eu quero uma parada eu vou lá e eu faço, eu compro, eu vivo, tá ligado? E ah, depois a gente resolve! Então é isso. 


PMBR: Melhor do que se arrepender depois, né cara? 


VON SEXTO: É isso. É, mano, é isso mesmo. Exatamente. 







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