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Chosen One: entrevista a Isa Buzzi


"Chosen One" é a nova coluna do PMBR onde conversamos e apresentamos - através do nosso espaço dedicado ao Portal - artistas da cena do rock e alternativo nacional!


Entrevista: Helena Fernandes • Redação: Juliana Galvão, Anaïs Bertrand


Conheça a Isa Buzzi - siga @isabuzzi nas redes sociais


Isa Buzzi é uma cantora brasileira que ganhou destaque na internet nos últimos anos ao publicar seus próprios vídeos. Como resultado, Isa já acumula mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais e venceu o Prêmio Multishow 2023. Tivemos o prazer de conversar com a Isa antes de a primeira turnê - que também é internacional - embarcar rumo a Portugal.



Para conhecer:

Antes de qualquer coisa, como sempre: aqui é o artista que indica.

A primeira música para indicar a alguém que nunca te ouviu:

ISA BUZZI: normalmente a música que as pessoas mais gostam é “Direitos Autorais”, é a música que a galera chega e ama, foi a primeira música que me colocou pra fora da bolha do público que eu já tava acostumada. Mas, entretanto, todavia, a minha música favorita é “Vilã”. Ela tem tudo o que eu gosto, a letra é super forte, ela tem uma pegada bem mais rock and roll do que “Direitos Autorais” e a estética inteira de “Vilã” é de filme de terror, e eu amo filme de terror. Fazer um clipe de terror no Halloween foi uma das coisas mais legais que eu já fiz na minha vida! Eu queria voltar pra esse dia um milhão de vezes, de tá na casa que era mal assombrada e gravar com a galera foi muito divertido, foi muito especial. Então pra mim o meu cartão de entrada é “Vilã”, é minha música favorita.



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Como tudo começou


PMBR: Como foi o inicio da sua carreira, o início desse seu sonho? Como estão sendo as suas experiências?


ISA BUZZI: A minha carreira com a música, na verdade, começou como uma brincadeira de criança. Eu sempre fui muito tímida, muito, muito tímida, e eu sou de uma cidade de interior com 10 mil habitantes, super pequena. Morava do lado de vaquinha, galinha, e eu estudava numa escola de freiras super rígida e eu nunca me encaixei com o ambiente, eu sempre me senti muito perdida. A minha mãe sempre percebeu isso e sempre tentou me ajudar com essa questão, e aí um dia ela me colocou na aula de canto pra ver se eu me soltava, se eu conseguia me sentir mais confortável... e aí eu me apaixonei, eu fiquei completamente apaixonada por música e fui fazer aula de de piano, de guitarra, de tudo o que vocês possam imaginar eu comecei a fazer aula. Enfim, a música pra mim sempre foi um refúgio mesmo, o único lugar que eu me sentia bem, que eu me sentia confortável. Dentro da escola era um universo em que eu me sentia presa e quando eu tava cantando eu me sentia bem, me sentia confortável. E eu fui levando isso por muito tempo e sempre falei “Ai, eu quero ser cantora quando eu crescer!” e todo mundo falava “Aham, vai dar certo, continua ai e tal”


A internet como instrumento


ISA BUZZI: E conforme eu fui crescendo, por eu morar numa cidade de interior era muito difícil. Não tinha ninguém que fizesse música, não tinha ninguém que cantasse, fazer música não era considerado uma profissão, e na época o meu único refúgio foi a internet. Em 2018 eu abri um canal no Youtube com nome "Isa Buzzi", porque na escola todo mundo me chamava de Bela e eu não queria que eles soubessem. Então eu criei uma conta no Youtube e outra conta no Instagram e comecei a postar meus vídeos cantando, fazendo covers e tudo mais, e aí depois eu comecei a escrever músicas e eu fui encontrando na internet muito apoio, muito carinho, tudo o que eu não recebia nos outros ambientes na internet eu recebi. Várias pessoas que eu nem conhecia vinham apoiar, vinham ajudar, pediam por mais vídeos, e foi assim que começou. Eu comecei a escrever as minhas músicas e as coisas começaram a andar, comecei a gravar, continuei postando e tô desde 2018 fazendo videos, fazendo covers, fazendo conteúdo. Aos poucos o público foi se expandindo, mais pessoas passaram a ouvir as minhas músicas e hoje em dia eu sou muito grata por tudo o que tem acontecido na minha vida e na minha carreira. Tem muita coisa ainda que eu sonho em conquistar e eu acho que sempre vou sonhar, mas já sou muito grata às coisas que tem acontecido, especialmente à Isabela pequenininha que nunca desistiu de gravar os vídeos mesmo com o que os outros falavam.




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Referências e inspirações


PMBR: A gente geralmente não pergunta, mas no início você chegou a falar que era muito fã de Måneskin e tudo mais. De alguma forma, a banda é uma inspiração pras suas músicas, no seu dia a dia, nas suas composições?


ISA BUZZI: Com certeza. Meu pai é muito fã de rock, de jazz, de blues, então eu sempre fui muito inspirada a fazer esse tipo de música e, ao longo dos anos, foi mais difícil a gente encontrar bandas que misturassem tão bem o pop e o rock e conseguiam falar de temas fortes de uma forma leve e debochada, e que ao mesmo tempo tivessem essa pegada. Eu acho que a banda [Måneskin] tem isso muito forte, sabe? De trazer o rock de volta, mas também ter o pop, a estética, as músicas, as letras… É tudo muito legal, então com certeza é uma super referência pra mim. Eu acho que eu tenho feito um som que tem uma pegada muito forte de rock, e quando a gente fala em fazer esse tipo de som no Brasil a gente fica com medo, né? Porque é um som diferente, é uma sonoridade nova que você não vê no mainstream brasileiro. Mas você olhar pra fora e ver que tem bandas novas e pessoas fazendo isso é muito inspirador, então com certeza! A gente ouve direto as músicas do Måneskin e fala “Nossa, olha que som incrível pra gente se inspirar!”. Agora mesmo eu tava assistindo o clipe de “Gossip” e falando “Gente, que clipe incrível”, tipo, eu quero um dia fazer um clipe assim.


PMBR: A gente falou de Måneskin mas quando vêm na sua cabeça falar sobre as suas referências em geral, quem são as pessoas e os artistas que são esse guia?


ISA BUZZI: Nossa senhora, essa pergunta é muito boa! Eu posso falar mais de um, né?


PMBR: Pode, quantos você quiser! 


ISA BUZZI: Olha, eu gosto muito de Måneskin, acho que com certeza tá no meu top favorito de referências, a Olivia Rodrigo gente... não tem como não falar ela, eu amo ela de todo o meu coração. Demi Lovato também é uma super referência pra mim, eu amo a pegada do som que ela faz. Katy Perry especialmente no início da carreira dela ali, “I Kissed a Girl”, nossa, é bom demais! Se me deixar eu fico aqui três horas fazendo uma lista de artistas que eu gosto, é muita gente. Mas acho que esses… Ah, e Paramore gente! Não posso esquecer de Paramore, acho que essas são as referências que eu mais tenho ouvido internacionalmente. E nacionalmente eu acho que a minha maior referência é o Jão, eu sou tipo alucinada por ele, por todo o trabalho dele, eu acho incrível o que ele faz - apesar da sonoridade não ser 100% parecida com o que eu faço, eu admiro muito ele em todos os quesitos, eu admiro ele em tudo o que ele faz, e pra mim é um dos maiores artistas do Brasil.


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Novo single "Obcecada" e a primeira turnê


PMBR: Então, você acabou de lançar "Obcecada" agora essa semana. Como é que foi o processo criativo dessa música? Como está sendo a recepção até o momento? 


ISA BUZZI: Essa música nova virou meu xodó. Eu acho que em todas as minhas músicas eu gosto muito de falar sobre coisas que acontecem comigo de uma forma divertida, de uma forma debochada. Então todas as minhas músicas tem uma história, tem um porquê, tem uma pitadinha de rock também, e “Obcecada” pra mim é uma música que fala sobre inveja, que é um tema sensível e que acaba sendo até um tabu - as pessoas tem um pouco de medo de falar sobre a inveja, de falar sobre sentir inveja e também sobre ver que as pessoas sentem inveja. 


"A música fala disso de uma forma muito debochada e leve, e é uma música que é muito sobre empoderamento, é aquela música pra você cantar na frente do espelho gritando mesmo, gritando a letra, se sentindo bem com você mesma. E eu gosto muito de fazer isso nas minhas músicas: pegar temas que são sensíveis e transformar em coisas que as pessoas querem cantar, querem gritar, querem colocar pra fora. Eu acho muito legal brincar com essa parte de sentimentos, de você pegar um sentimento que é “ruim” né? Porque eu acho que não existe sentimento bom ou ruim, mas pegar um sentimento um pouco mais complicado de lidar."

ISA BUZZI: Eu confesso que é uma das minhas favoritas! Eu amei fazer “Obcecada”, eu amei gravar, eu amei compôr. Foi uma música muito especial pra mim, significa muito, e é uma música que eu tô muito animada pra trabalhar mais, pra gravar mais vídeos, pra gravar o clipe e que vai ficar muito legal. É uma música que significa muito. 


Assista o videoclipe de "Obcecada":



PMBR: E a sua primeira turnê já está quase chegando ao fim, acaba em dezembro. Os próximos shows vão ser em Portugal ainda em novembro, na Europa. Como é que tá sendo essa experiência toda, e o contato com os fãs?


ISA BUZZI: Tem sido muito forte, se eu fosse descrever em uma palavra seria isso. Todo o meu trabalho sempre foi muito online por eu morar no interior, a minha mudança pra São Paulo foi muito recente, tudo foi um processo. O meu trabalho acabou crescendo muito na época da pandemia, então eu nunca tive contato com as pessoas, eu nunca vi a carinha das pessoas que me acompanhavam e ouviam as minhas músicas.


"A turnê tem sido um momento de descoberta, de eu ver pessoas, de conhecer pessoas que gostam do meu trabalho e que admiram. Eu fico chocada com a quantidade de amor que eu recebo, porque as pessoas são muito amorosas e todo mundo tem uma história pra contar, “ai, porque essa música fez parte de tal momento da minha vida”, “a música que eu mais quero ouvir é essa”. Claro que é muito legal de fazer o show, de ver todo mundo cantando, a energia, mas acho que uma das partes mais especiais pra mim têm sido conhecer as pessoas, conhecer as histórias. É muito emocionante ver que eu faço parte da vida dessas pessoas porque elas fazem parte da minha vida todos os dias."

ISA BUZZI: Tudo o que eu faço é pensando nessas pessoas: músicas, clipes, as fotos… E ver que tem essa energia recíproca e que eu recebo também é muito especial. Sempre foi um sonho meu, desde que eu comecei a cantar eu falava “nossa, eu sonho com o dia em que as pessoas vão querer ir no meu show pra cantar a minha música”, e agora fazendo uma turnê que é autoral, e passando por tantos lugares do Brasil e até fora do Brasil, é muito contagiante. Eu já chorei em alguns shows porque é uma emoção muito grande quando eu ouço a galera cantando as músicas, parte de mim fica muito grata por tá vivendo isso. A primeira turnê tem sido uma experiência completa. Eu fico emocionada só de falar, meu olho fica cheio de lágrimas. 





PMBR: Acredito que seja uma experiência única ter contato com os fãs, ouvir relatos deles de como você é uma parte da vida deles, do crescimento pessoal e também de ouvir as músicas todos os dias. Essa coisa de ídolo e fã é realmente uma conexão muito forte. Teve algum momento específico durante a turnê que mais te marcou?


ISA BUZZI: Nossa, vários! Vários mesmo. Mas eu acho que um dos momentos mais marcantes da turnê pra mim foi no meu último show agora no Nordeste, a gente fez Recife, Salvador e Fortaleza e foram shows complicados. O de Salvador a companhia aérea cancelou as passagens, tanto minhas quanto de toda a minha equipe e a gente ficou num desespero tão grande do quê que a gente faz, como a gente reage a isso… Eu ainda sou uma artista numa gravadora independente, não tenho investidor, então a gente não tinha condições de compar a passagem pra todo mundo e foi caótico, mas a gente foi, a gente fez o show e também fez o último show em Fortaleza. Foi um show assim, sabe quando você passa por vários perrengues e daí tem aquele momento, o último momento em que deu tudo certo, que tá tudo bem e você respira? Então foi um momento de muito alívio.


"E eu lembro que nesse show, justamente nesse show, chegou uma mulher pra uma das pessoas da minha equipe, e falou assim “Ah” - ela trouxe uma camiseta - “Será que a Isa pode autografar essa camiseta?”. A moça da equipe falou “Claro! Mas aconteceu alguma coisa?” e aí ela contou que o sobrinho dela é muito meu fã, sabia tudo, acompanhava a anos, e era muito fã a ponto deles reservarem um quarto num hotel do lado do teatro que eu cantei pra estar perto, que o show era o presente de aniversário dele e ele sonhou meses com isso. Ele chamou todos os amigos pra irem no show e, infelizmente, dois dias antes do show ele teve um problema de saúde e teve que ser operado. Ele acabou ficando no hospital numa situação que era um pouco grave, na verdade bem grave, mas ele tava se recuperando e pra ele foi desesperador não ir no show, foi uma expectativa muito frustrada pra ele. A tia disse que ele tava chorando muito, que ele estava inconsolável. E sempre que a gente faz o show a gente termina e vai embora, mas por sorte pra esse show a gente ia ficar um dia a mais e aí a gente foi fazer uma visita pra ele no hospital."

ISA BUZZI: (...) Foi muito legal! E daí a gente chegou no hospital e assim, ver a carinha dele de felicidade foi tipo um dos melhores momentos da minha vida. Ele chorava incansavelmente e ele estava muito feliz e a gente ficou muito contente. Foi um momento tão marcante na minha vida de ver aquilo e saber que, de alguma forma, eu podia proporcionar aquilo pra ele... foi muito especial. Saindo de lá a gente acabou encontrando um dos médicos do hospital e ele perguntou se a gente poderia ir na ala oncológica, onde tinha uma menina que era muito minha fã. E aí eu conheci a Emanu, que foi uma das coisas mais especiais que eu já conheci na minha vida, vai ficar marcada pra sempre. Ela tá lutando contra um câncer, e ver o sorriso dela quando eu cheguei foi muito especial, fez todos aqueles perrengues que a gente passou serem bestas. São momentos como esse que fazem a gente ficar muito focado e muito feliz em fazer esse trabalho, de proporcionar esse sorriso, essa alegria, porque no final é muito mais sobre isso. Eu encontro forças para continuar nessas pessoas. Durante a turnê a gente viveu vários momentos assim, mas acho que esses foram os mais marcantes."




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Inspirações


PMBR: A gente geralmente não pergunta, mas no início você chegou a falar que era muito fã de Måneskin e tudo mais. De alguma forma, a banda é uma inspiração pras suas músicas, no seu dia a dia, nas suas composições?


ISA BUZZI: Com certeza. Meu pai é muito fã de rock, de jazz, de blues, então eu sempre fui muito inspirada a fazer esse tipo de música e, ao longo dos anos, foi mais difícil a gente encontrar bandas que misturassem tão bem o pop e o rock e conseguiam falar de temas fortes de uma forma leve e debochada, e que ao mesmo tempo tivessem essa pegada. Eu acho que a banda (Måneskin) tem isso muito forte, sabe? De trazer o rock de volta, mas também ter o pop, a estética, as músicas, as letras… É tudo muito legal, então com certeza é uma super referência pra mim. Eu acho que eu tenho feito um som que tem uma pegada muito forte de rock, e quando a gente fala em fazer esse tipo de som no Brasil a gente fica com medo, né? Porque é um som diferente, é uma sonoridade nova que você não vê no mainstream brasileiro. Mas você olhar pra fora e ver que tem bandas novas e pessoas fazendo isso é muito inspirador, então com certeza! A gente ouve direto as músicas do Måneskin e fala “Nossa, olha que som incrível pra gente se inspirar!”. Agora mesmo eu tava assistindo o clipe de “Gossip” e falando “Gente, que clipe incrível”, tipo, eu quero um dia fazer um clipe assim.


PMBR: A gente falou de Måneskin mas quando vêm na sua cabeça falar sobre as suas referências em geral, quem são as pessoas e os artistas que são esse guia?


ISA BUZZI: Nossa senhora, essa pergunta é muito boa! Eu posso falar mais de um, né?


PMBR: Pode, quantos você quiser! 


ISA BUZZI: Olha, eu gosto muito de Måneskin, acho que com certeza tá no meu top favorito de referências, a Olivia Rodrigo gente... não tem como não falar ela, eu amo ela de todo o meu coração. Demi Lovato também é uma super referência pra mim, eu amo a pegada do som que ela faz. Katy Perry especialmente no início da carreira dela ali, “I Kissed a Girl”, nossa, é bom demais! Se me deixar eu fico aqui três horas fazendo uma lista de artistas que eu gosto, é muita gente. Mas acho que esses… Ah, e Paramore gente! Não posso esquecer de Paramore, acho que essas são as referências que eu mais tenho ouvido internacionalmente. E nacionalmente eu acho que a minha maior referência é o Jão, eu sou tipo alucinada por ele, por todo o trabalho dele, eu acho incrível o que ele faz - apesar da sonoridade não ser 100% parecida com o que eu faço, eu admiro muito ele em todos os quesitos, eu admiro ele em tudo o que ele faz, e pra mim é um dos maiores artistas do Brasil.


PMBR: E que artistas independentes você indicaria para as pessoas ouvirem?


ISA BUZZI: Não é do mesmo segmento que eu, mas eu gosto muito dela. O nome é Sued Nunes, vocês conhecem? Inclusive ela foi indicada ao prêmio Multishow agora na mesma categoria que eu fui indicada no ano passado, acho que ela tá representando - se eu não me engano - o Nordeste. Eu gosto muito, muito, muito do som que ela faz, ela faz um som mais brasileiro, e ela tem uma música chamada “Povoada”, que é tipo uma das músicas da minha vida. É uma música que marcou muito a minha vida, eu acho a sonoridade da música muito boa. Todo o álbum dela é muito bom, mas essa música é muito especial pra mim. Eu acho que ela merece mais reconhecimento, e acho que eu nunca falei dela antes. Eu gosto muito de tudo o que ela faz, e por ser uma artista que faz músicas bem brasileiras e representa o nosso gênero, representa quem a gente é, é muito especial a gente valorizar, ela seria uma indicação que eu daria pras pessoas ouvirem, apesar de que não é o mesmo segmento que o meu. Eu tenho feito um pop-rock e o som dela tem características bem nacionais, mas é um som muito gostoso de ouvir, e tem um significado muito especial pra mim.


"Eu gosto muito, a letra dela fala assim “Povoado, quem falou que eu ando só”, e toda a brincadeira da letra é que se a terra que a gente mora é povoada, porque a gente não é também? Então a gente tá sempre cheio de pessoas, de guias de experiências.

ISA BUZZI: É uma música que eu gosto muito de ouvir, principalmente por eu ter esse histórico de ter sofrido bullying, de ter tido uma infância e adolescência difícil, eu sempre me senti muito sozinha em muitos momentos e a música sempre foi o meu refúgio, e uma música que fala sobre a gente ser povoado e não precisar se sentir sozinho é muito especial pra mim, acho que por isso eu indicaria ela. 




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Reconhecimento no Prêmio Multishow


PMBR: Ano passado você ganhou o Prêmio Multishow, não é isso? Como é que foi essa experiência de ganhar um prêmio tão grande, de ser reconhecida…?


ISA BUZZI: Olha, foi uma loucura, porque primeiro que eu não esperava, mas um dia eu acordei assim e eu vi que eu tava indicada ao Prêmio Multishow, que hoje em dia é um dos maiores prêmios de música do Brasil. E eu fui indicada numa categoria chamada "Brasil", que é uma categoria pra artistas novos e tudo mais. Eu fui indicada com muitos artistas que já eram grandes, que já eram renomados, que tinham muito apoio, e eu ali na época ainda tava cantando no metrô! Cantando no metrô, distribuindo panfletos, fazendo show na Paulista… Então foi muito discrepante pra mim ver que eu tinha sido indicada a um prêmio tão grande, e na hora o meu primeiro pensamento foi: “Gente, impossível!”, até porque era por votação popular e enfim. 


"Na época eu lembro que eu postei um primeiro vídeo falando pras pessoas que eu precisava de ajuda, que era uma premiação muito grande que ia me ajudar muito, e a partir desse vídeo muita gente começou a chegar. Eles montaram grupos de whatsapp, e assim, tinha gente que ficava quatro, cinco, seis horas votando em mim. Eu recebia vídeos de salas de aula, de turmas inteiras votando em mim durante o recreio inteiro, então começou a virar um lance que a galera estava destinada a fazer uma artista independente ganhar o prêmio. Foi surreal! Era muita gente, era gente do Brasil inteiro, foi muito especial."

ISA BUZZI: E eu lembro que no final da premiação, quando tava bem perto do resultado da categoria, eu pensei que eu queria ganhar o prêmio por essas pessoas. Eu queria poder entregar o troféu pra elas, porque era tão bonito ver o quanto eles queriam que aquilo acontecesse, o quanto eles tavam apoiando, o quanto eles acreditavam, que virou um lance de tipo “Precisamos levar isso pra casa!”. Ganhar o prêmio foi muito emocionante, mas foi muito mais emocionante pelas pessoas, de poder entregar a essas pessoas o que elas mereciam, que era ganhar esse prêmio porque elas votaram incansavelmente, do que por qualquer outra coisa. Claro, foi muito legal receber esse respeito ao meu trabalho, ser reconhecida pela primeira vez, estar em uma plataforma tão grande, estar na Globo, foi muito especial. Mas nada se compara a eu poder abrir uma live com a galera e falar “Gente, ganhamos!”, foi muito legal! Foi muito muito mais emocionante do que qualquer status ou qualquer outra coisa. 




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Planos futuros


PMBR: Eu sei que tá um pouquinho cedo, você tá no fim ali da sua primeira turnê, acabou de lançar “Obcecada”, mas você já pensa nos próximos passos?


ISA BUZZI: Tem, penso muito! Ano que vem tá cheio de novidades, eu tô muito animada pro ano que vem, eu acho que vai ser um ano novo porque eu tenho vindo numa fase com uma mesma estética, com sonoridade parecida, com temas parecidos e eu tenho criado todo esse último ano em cima disso, e “Obcecada” é uma música de encerramento desse ciclo. Eu até brinquei nas redes sociais que ia ser a minha última música e todo mundo falou “Meu Deus, ela vai parar de lançar música!”, mas não! É só porque é uma música de encerramento dessa fase. Todas as músicas desse período contam uma história contínua e “Obcecada” é a última história, então agora vai vir uma fase nova, sonoridade nova, estética nova, lançamentos novos, quem sabe um álbum? Não sei… Mas tem muita coisa especial chegando, e eu acho que é isso. Eu ainda não posso contar muito, mas se eu pudesse resumir seria um ano novo com coisas novas pras pessoas. Uma fase completamente nova.


 

Isa Buzzi encerra a "Primeira Turnê" no dia 01 de Dezembro em São Paulo, no Tokio Marine Hall. Últimos ingressos disponíveis na Eventim.





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